Originária da China, a Acupuntura é um método terapêutico que se caracteriza pela inserção de agulhas na superfície corporal para tratar doenças e promover a saúde. Ela é reconhecida como especialidade médica desde 1995 pelo Conselho Federal de Medicina.
Graças às pesquisas científicas realizadas nos últimos 50 anos, tanto na China como no Ocidente, os efeitos da Acupuntura vêm sendo desvendados. Seu mecanismo de ação tem sido demonstrado à luz da ciência atual com a descrição de bases fisiológicas.
A inserção da agulha de Acupuntura estimula terminações nervosas existentes na pele e nos tecidos subjacentes, principalmente nos músculos. A “mensagem” gerada por esses estímulos segue pelos nervos periféricos até o sistema nervoso central (medula e cérebro), liberando neurotransmissores e desencadeando efeitos analgésicos, anti-inflamatórios e relaxante muscular, além de ter uma ação moduladora sobre as emoções, sobre os sistemas endócrino e imunológico e sobre várias outras funções orgânicas.
A Organização Mundial de Saúde redigiu um relatório que recomenda o uso de Acupuntura para mais de 200 doenças e sintomas (rinite alérgica, sinusite, labirintite, zumbidos, paralisia facial, asma, bronquite alérgica, lombalgia, cefaléias, enxaquecas, náuseas e vômitos, depressão e ansiedade, efeitos colaterais da quimioterapia, apenas para citar alguns).
Os únicos profissionais de saúde do país que, por lei, detêm o direito de diagnosticar doenças, prescrever medicamentos e realizar procedimentos invasivos, são os médicos, os cirurgiões-dentistas e os médicos veterinários. O Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA) defende que a prática da Acupuntura, no Brasil, seja realizada por estes profissionais, nos seus respectivos campos de atuação.
Muito mais que medicina alternativa, a Acupuntura ocupa um lugar de terapia complementar aos tratamentos convencionais, de modo que a razão legal para a recomendação do CMBA é simples e objetiva: a Acupuntura constitui-se em uma especialidade terapêutica que executa manejo clínico de pacientes. É necessário que o profissional esteja técnico e cientificamente preparado, e legalmente autorizado a:
- Realizar anamnese e exame físico do paciente e solicitar exames complementares de natureza diversa com a finalidade de, sabendo analisar e interpretar adequadamente as informações originárias destes três, elaborar diagnóstico nosológico;
- A partir do diagnóstico nosológico, estabelecer o prognóstico para as diversas abordagens terapêuticas aventáveis para determinada situação patológica;
- A partir do prognóstico, prescrever os tratamentos mais apropriados e efetivos, sejam de natureza farmacológica ou cirúrgico-invasiva, estabelecendo quais seriam o tratamento principal, ou mesmo único, e os tratamentos complementares;
- Executar tratamento invasivo.
No Brasil, a Acupuntura é uma especialidade médica regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina, na qual médicos especializados na área cumprem um extenso programa de Educação Médica em Acupuntura e são submetidos a uma validação de Título de Especialista em Acupuntura (TEAC), pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pelo CMBA.
A formação do médico acupunturista é feita em período de dois ou três anos, como pós-graduação ou residência, e envolve o conhecimento de princípios básicos da filosofia chinesa, da medicina tradicional, o estudo da localização dos pontos de acupuntura e o reconhecimento das várias síndromes clínicas com etiologia, fisiopatologia e tratamento, tudo baseado na medicina tradicional chinesa: a teoria da medicina oriental descreve uma energia vital denominada chi (pronuncia-se “qui”), que circula no corpo por 12 rotas, chamadas de meridianos. A enfermidade ocorre quando o fluxo de chi no corpo é perturbado ou não está em equilíbrio.
A Acupuntura, uma modalidade usada no sistema maior de Medicina Tradicional Chinesa, utiliza agulhas para estimular pontos anatômicos ao longo dos meridianos para promover o fluxo adequado de chi e, assim, tratar doenças e promover saúde. Existem muitos estilos e são praticados como parte dos milhares de anos de antigas tradições médicas da China, do Japão, da Coreia e de outros países. Além de descrever a estrutura e a função do órgão em si, a denominação de cada meridiano também reflete uma função energética mais ampla na Medicina Tradicional Chinesa.